Viver é um risco. Talvez esta constatação seja o principal ponto de partida para começarmos a discutir a noção de riscos psicossociais dentro do âmbito ocupacional.
Diante dos desafios atuais, a preocupação com a saúde dos trabalhadores deve ser central nas organizações. Contudo, o que se vê é uma inversão: espera-se o trabalhador adoecer para só então intervir. Preocupados com este cenário, o Ministério do Trabalho e Emprego, no início deste ano (2024) anuncia que as empresas terão que fazer a gestão desses ambientes de trabalho para evitar o adoecimento mental do trabalhador. O objetivo é evitar o excesso de sobrecarga de trabalho e dar atenção às questões do ambiente de trabalho saudável sem assédio e nenhum tipo de violência contra o trabalhador, seja assédio moral, sexual ou qualquer outra forma de assédio.
Mas, o que pode estar causando o adoecimento na sua organização?
O Brasil é o 4º país com a pior saúde mental do mundo e isso se reflete em todos os âmbitos, seja ele familiar, social, educacional, pessoal ou ocupacional. Para propor ações que sejam efetivas para a saúde do trabalhador, é necessário pensar o que causa ou poderá causar o adoecimento. Gestor, por favor, não negligencie esta investigação.
Sendo assim, eu acredito que a saúde do trabalhador de sua empresa seja pensada antes do adoecimento, buscando substituir um modelo curativo e assistencialista por uma lógica preventiva. Faz-se necessário que as práticas sejam refletidas e discutidas não somente com uma visão tecnicista, mas principalmente no nível de políticas de saúde, que envolvam todos os níveis organizacionais – gestores, chefias, subordinados.
Um ponto de partida para estas práticas preventivas são as pesquisas e diagnósticos organizacionais. A compreensão da relação saúde e trabalho envolve o entendimento e conhecimento de diversas dimensões organizacionais – cultura, valores, clima, contexto de trabalho, qualidade de vida no trabalho, dentre outras. Os resultados de pesquisas direcionam a elaboração de práticas mais adequadas ao contexto organizacional.
A escolha do tipo de instrumento de coleta de dados a ser utilizado nos mapeamentos e diagnósticos é uma etapa de suma importância para o delineamento da pesquisa. É fundamental que essa escolha esteja alinhada a uma concepção teórica do que será investigado. Para isso, utilizo uma teoria originada de conceitos fundamentais da Psicanálise, chamada Psicodinâmica do Trabalho, proposta por um psiquiatra e psicanalista francês chamado Christophe Dejours que, durante muitos anos, estudou o comportamento e a subjetividade do trabalhador, visando sua saúde mental.
A partir da Psicodinâmica do Trabalho e de estudos e prática em saúde mental do trabalhador, apresento a você, gestor, uma forma de auxiliar na promoção de saúde de sua equipe.
1. Mapeamento de Riscos Psicossociais
O mapeamento de riscos psicossociais coleta informações sobre as dimensões do trabalho que constituem fatores de riscos psicossociais no trabalho.
Busca-se, com esta ferramenta, compreender:
1. Como o trabalho é organizado, avaliando grau de risco em relação a ritmo, prazos e condições oferecidas para a execução das tarefas.
2. Os estilos de gestão e como eles impactam a saúde mental do colaborador
3. Os fatores subjetivos que podem acarretar sofrimento no trabalho
4. Os danos psicológicos, físicos e sociais relacionados ao trabalho
Utilização de ferramentas que indicarão os pontos que necessitam de maior atenção e investigações. Não se trata de cobrir todas as dimensões envolvidas na relação trabalho-saúde, tampouco oferecer respostas prontas, mas buscamos identificar quais são os desafios da sua organização e as demandas do seu time por reuniões presenciais e uso de ferramentas psicológicas específicas que visam detalhar um quadro de saúde geral da equipe com escalas e testes que identifiquem focos de atenção e cuidado.
2. Desenvolvimento e Planejamento Estratégico de Saúde Mental
Elaboração e execução de um plano de ação de Saúde Mental estratégico e personalizado para o desenvolvimento de sua organização e seus colaboradores.
3. Desenvolvimento de Conteúdo de Materiais relacionados à Saúde Mental
Elaboração de uma Política Completa de Saúde Mental e conteúdos de materiais pontuais para demandas de temas específicos. Isto inclui folders, pôsteres, posts para publicações em Instagram ou outras mídias da empresa.
4. Atendimentos psicológicos individuais, rodas de conversas e grupos terapêuticos
Atendimentos realizados na própria empresa (presencial) ou de forma online.
5. Palestras, workshops e treinamentos em saúde mental.
Palestras sobre saúde mental, relacionamentos, gestão de equipes, assédio moral e sexual e muitos outros temas que podem ser realizadas conforme a demanda da organização e em meses temáticos de conscientização, como janeiro branco, setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul.
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