Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4/7) para escolher o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.
Cerca de 46 milhões de eleitores estão aptos a participar da primeira eleição geral no país desde 2019.
O pleito acontece após o primeiro-ministro, Rishi Sunak, do Partido Conservador, ter convocado eleições gerais antecipadas em maio, e dissolvido o Parlamento britânico (algo que é sua prerrogativa legal).
A seguir, analisamos algumas dúvidas que você pode ter sobre o assunto.
Quando vai ser a eleição?
As eleições gerais vão ser realizadas nesta quinta-feira (4/7). O mandato político dura cinco anos no Reino Unido e, como o Partido Conservador do país venceu as últimas eleições em dezembro de 2019, as próximas eleições gerais deveriam ocorrer por lei até janeiro de 2025.
O Reino Unido está dividido em 650 distritos eleitorais. Os eleitores em cada um destes distritos elegem um deputado para a Câmara dos Comuns para representar os moradores locais.
A maioria dos candidatos representa um partido político, mas alguns são independentes.
Por que Sunak convocou eleições antecipadas?
O Partido Conservador, do primeiro-ministro, Rishi Sunak, vem caindo nas pesquisas de opinião desde 2021.
Alguns políticos do partido “sentiram que as coisas poderiam não melhorar muito, e que o desejo percebido do eleitorado de ter voz logo poderia correr o risco de piorar qualquer derrota conservadora, se o compromisso com os eleitores fosse adiado”, avalia Chris Mason, editor de polícia da BBC News.
“Em outras palavras, faça isso agora ou pode piorar.”
“O primeiro-ministro também pode destacar que pelo menos alguns dos seus objetivos foram cumpridos, ou aparentemente estão a caminho de serem cumpridos.”
“Os números atuais da inflação podem ser considerados um sucesso. É claro que não se trata apenas das ações do governo. Mas os governos são responsabilizados quando (a inflação) está nas alturas, por isso é razoável esperar que tentem ganhar algum crédito quando ela cai — e caiu.”
“O cenário econômico mais amplo também parece um pouco mais promissor.”
Como os partidos se comparam nas pesquisas?
As últimas pesquisas de opinião sugerem que o Partido Conservador, de Sunak, está muito atrás do seu principal adversário, o Partido Trabalhista.
Na verdade, esse tem sido o cenário dos últimos 12 meses, com os trabalhistas consistentemente acima dos 40% das intenções de voto nas sondagens.
É claro que as pesquisas de intenção de votos podem estar erradas, e Sunak espera que a recente desaceleração da inflação e o foco nas plataformas políticas dos partidos ajudem os conservadores a reverter a situação.
Mas os trabalhistas seguem bem na frente nas pesquisas.
O Reform UK, partido de direita radical anti-imigração, está em terceiro lugar — mas como seu apoio está distribuído uniformemente por todo o país, pode ser difícil transformar esse apoio em assentos no Parlamento.
O Liberal Democrata, que já foi o terceiro maior partido do país, tem registrado, de forma consistente, cerca de 10% da preferência do eleitorado, em média. Mas espera que, ao se concentrar nos assentos que tem como alvo, possa obter ganhos no que diz respeito às eleições.
Mas depois de convocar eleições antecipadas, ele resolveu suspender a implementação do plano, e disse que o programa vai ter início se ele for reeleito em 4 de julho.
O Partido Trabalhista prometeu acabar com o plano se chegar ao poder, levantando questionamentos sobre se alguém será enviado.
O programa, que já custou 240 milhões de libras, tem sido uma linha divisória importante entre os dois principais partidos durante a campanha eleitoral.
Quem são os principais candidatos?
Os dois partidos que devem obter a maior parte dos votos são o Partido Conservador, no poder, e o Partido Trabalhista.
O primeiro-ministro, Rishi Sunak, de 44 anos, lidera o Partido Conservador. Ele tinha 42 anos quando se tornou primeiro-ministro em 2022, o que faz dele a pessoa mais jovem à frente do cargo nos tempos modernos. Ele também é o primeiro britânico-indiano a ser primeiro-ministro.
O líder do Partido Trabalhista é Keir Starmer, de 61 anos. Ele foi eleito em 2020 para suceder Jeremy Corbyn na liderança do partido. Anteriormente, foi chefe do Crown Prosecution Service (CPS), o Ministério Público do Reino Unido.
O primeiro-ministro pediu formalmente ao rei Charles 3° que “dissolvesse” o Parlamento — termo oficial para fechá-lo antes de uma eleição.
O Parlamento foi dissolvido no dia 30 de maio.
Com isso, os parlamentares perderam seu status, e para continuar na função, teriam que concorrer à reeleição.
Mais de 100 disseram que não concorreriam.
O governo também entrou num período pré-eleitoral, que restringe a atividade ministerial e de repartições durante a campanha.
O que acontece depois que os resultados das eleições são anunciados?
Após a contagem dos votos, o rei pede ao líder do partido com mais parlamentares que se torne primeiro-ministro e forme um governo.
O líder do partido com o segundo maior número de parlamentares se torna o líder da oposição.
Se nenhum partido alcançar maioria — o que significa que não é capaz de aprovar uma legislação apenas com seus próprios parlamentares —, o resultado levaria ao chamado Parlamento em suspenso (hung Parliament).
Neste momento, o maior partido pode decidir formar um governo de coalizão com outro partido ou operar como um governo minoritário, contando com os votos de outros partidos para aprovar qualquer projeto de lei.