Crédito, Thuane Maria/GOVBA
As acusações se tornaram públicas na quinta-feira (5/9) por meio da organização Me Too Brasil e foram reveladas pelo portal Metrópoles.
Na tarde da sexta-feira, a professora Isabel Rodrigues utilizou sua rede social para publicar um vídeo em que narra também ter sido vítima de Almeida, em 2019. De acordo com ela, Almeida, que na época ainda não era ministro, teria colocado as mãos em suas partes íntimas durante um almoço com outras pessoas.
Foi a primeira denúncia pública feita por alguém que mostrou nome e rosto contra o ministro. “Eu acredito que foram muitas”, disse Isabel, sobre outras possíveis vítimas.
Procurada por diversos órgãos de imprensa, Anielle não quis comentar a denúncia, mas também não a negou. O agora ex-ministro negou todas as acusações.
Um dos expoentes do pensamento antirracista brasileiro, Almeida colabora com a atual gestão petista desde antes da posse, porque ainda 2022 fez parte da equipe de transição, antes de assumir o ministério.
Ao ser eleito, Lula decidiu desmembrar o ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, então comandado pela hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Assim, foi criado o ministério dos Direitos Humanos, cuja nomeação de Almeida para comandar a pasta foi anunciada em dezembro de 2022, e o das Mulheres, comandado por Cida Gonçalves.
A escolha de Almeida para liderar uma pasta importante para a base de eleitores de Lula foi celebrada, em um momento em que a nova gestão enaltecia os direitos de mulheres, negros, indígenas e das pessoas com deficiência.
Nascido em São Paulo, Almeida graduou-se em Direito e em Filosofia e é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Foi pesquisador da USP e da Universidade de Duke (EUA), professor do Mackenzie, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor visitante da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.
Sua atuação fez com que ele se tornasse conhecido na última década no debate antirracista e de defesa dos direitos humanos.
Antes de entrar no governo, ele presidiu o Instituto Luiz Gama entre 2008 e 2022, do qual participou da fundação. A organização é formada por grupo de juristas, acadêmicos e militantes que atuam na defesa de causas populares de negros e os direitos humanos.
Almeida esteve ainda à frente do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).
O advogado e filósofo é autor das obras Racismo Estrutural, (Pólen Livros), Sartre – direito e política: ontologia, liberdade e revolução, (Boitempo) e O Direito no Jovem Lukács: A Filosofia do Direito em História e Consciência de Classe, (Alfa Ômega).
Em 2021, foi o relator da comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no País.